sábado, 29 de dezembro de 2007
Memorias de uma queixa
Não ha nada que nao consiga fazer com uma bola nos pes mas ha algo que sempre me recusei a fazer... passes de morte. Os mais incautos chamavam-me "ganancia" e gritavam "passa a bola" ou "leva-a p'ra casa" e nao entendiam que estava apenas a zelar pela saude deles apesar das constantes ameaças à minha. O meu pai diz que eu so tenho altura mas a verdade e' que sendo eu tambem um portento de tecnica e repentismo era virtualmente impossivel antecipar quando e' que aquilo que a' partida era a simples intencao de um simples passe nao se iria tornar em algo capaz de magoar alguem a serio. No entanto pergunto-me se todos estes anos em que me esforcei pela manutencao do espirito desportivo em todos os palcos que pisei e foram muitos terão valido a pena. E' que ha algum tempo atras chegou ai um brasileiro e comecou a falar em "mata-mata". Parece que andam uns a estragar o trabalho dos outros. Afinal de contas... serei eu o burro? Serei eu o ruim?
terça-feira, 18 de setembro de 2007
...
Nao interessa quando contava-me um amigo sportinguista nao confundir com um amigo do Sporting pois pelo menos para este caso sao coisas distintas sendo que uma representa aquilo que se faz ao passo que a outra se reportara aquilo que se e' embora tambem tenha e fica assim feita a clarificacao amigos do segundo comprimento de onda (nao lhes entregaria uma filha mas isso tem tanto de sabido quanto tem de outra historia) que achava ser um tipo normal apreciador de sandes a' lavrador de Viseu que o que mais queria era que o Benfica ganhasse o jogo de hoje em Milao mas que na noite antes de nao interessa quando se tinha deitado as tres e meia da manha para acordar volvidas duas horas e meia ligar o leitor de mp3 que por aqueles dias de nao interessa como haveria de funcionar com a pilha de quarenta centimos do chines maos na nuca a assistir ao filme nao mudo mas surdo de sombras projectado na parede do quarto e a pensar que ela deveria estar ali. Disse-lhe que fosse eu no lugar dele e teria saido de casa naquele instante e que e' assim que procedo sempre que o injustificado o justifica. Uma coisa e' elas nao estarem quando os dias terminam. Agora os dias comecarem e elas continuarem a nao estar da um bocado a pinta de andarem a gozar connosco. E' melhor sair enquanto a luz do Sol ainda nao esta a ser receptada.
terça-feira, 11 de setembro de 2007
Nikita
No outro dia li algures o seguinte:
“Assim como não tenho maneira de saber o que não mudou na minha vida, também não tenho muitas hipóteses de saber o que não me aconteceu (com excepções óbvias, comuns a quase todos); a não ser que pense nessas coisas que não me aconteceram como sendo naturalmente opostas às que me aconteceram. Por exemplo, tive sarampo por oposição a não tive sarampo, tendo o primeiro facto acontecido (já na idade adulta, obrigando-me a ficar semanas de cama) e o segundo não. Quanto ao que mudou na minha vida, posso reconhecer alguns aspectos práticos e outros ditos menos práticos - ex. mudei de casa ou tornei-me menos intolerante - mas o que não mudou, isso, eu não posso mesmo saber. (Introduzi o elemento "acontecer", porque me parece importante perceber que para mudar, é necessário que aconteça alguma coisa. Nem que seja só na nossa cabeça e nunca partilhemos essa informação com ninguém.)”
Nao concordo nada com isto. Tenho no entanto como plausivel mais que nao seja porque a isso me obriga o desconhecimento o convencimento de quem o escreveu e posso ate invejar a paz de espirito e tempo livre passivel de com outras coisas ser ocupado que por certo daqui advem para todos aqueles que por escolha ou na ausencia desta enveredam por este caminho. Um amigo dizia-me ha uns tempos atras no intervalo de uma cerveja ali para os lados de um bairro conhecido pela sua envergadura e a proposito de alguem cuja envergadura ja nao se detem diante dos meus olhos ha outros tantos tempos que o grande problema para a maioria das pessoas estava nao em pensar naquilo que as coisas haviam sido mas sim em pensar sobre o que elas poderiam ter sido. Segundo ele uma vez apreendida e devidamente aceite esta nocao e combatido o algoritmo deste tipo de pensamento na medida exacta que a cada um fosse necessaria o grau de lamento individual seria gradualmente reduzido para niveis coadunaveis com um encarar de vida ISO 9001. No seguimento disto disse-me tambem ele que tal como havia afirmado o supracitado era valido para a maioria das pessoas que por norma se defrontavam com os maiores problemas nas questoes versando o passado mas que eu como jogava nas tres frentes estava tramado e que mais valia acabar com o meu sofrimento o quanto antes e que melhor forma de dar inicio ao processo do que reatar a cerveja? Não não foi ele quem o disse. Fui eu quem o pensou. Pensado e feito.
“O que mostramos é que é possível pegar em problemas que não são óbvios, problemas muito grandes, e levar o raciocínio à perfeição. Não há erro nos resultados do Chinook - ele está sempre certo”, garante Schaeffer.
Ouve uns tipos que solucionaram o jogo das damas. Levaram quase 20 anos. Nao me importa discutir agora se o meu tabuleiro e’ maior ou menor nem tao pouco as diferencas entre a amplitude de movimentos do jogo e do por vezes joguete. O que sei de fonte limpa e’ que para mim que ja ando nas minhas andanças ha algum tempo tentar chegar as coisas que nao me aconteceram apenas com a ferramenta de pensar nelas como sendo naturalmente opostas as que sucederam fazia-me tanto sentido como ir bebado para casa percorrer o dobro do caminho necessario para fazer uma infima parte do mesmo e acabar forcosamente por ir bater a outra porta. Nao me importa discutir porque 20 anos e’ muito tempo muito tempo e’ tambem aquilo que o impossivel demora e eu nao quero perder mais tempo com isto. Nem com a minha forma de fazer as coisas nem com outra qualquer. Vou buscar uma ao frio.
http://www.youtube.com/watch?v=d3dkVFQdza0
“Assim como não tenho maneira de saber o que não mudou na minha vida, também não tenho muitas hipóteses de saber o que não me aconteceu (com excepções óbvias, comuns a quase todos); a não ser que pense nessas coisas que não me aconteceram como sendo naturalmente opostas às que me aconteceram. Por exemplo, tive sarampo por oposição a não tive sarampo, tendo o primeiro facto acontecido (já na idade adulta, obrigando-me a ficar semanas de cama) e o segundo não. Quanto ao que mudou na minha vida, posso reconhecer alguns aspectos práticos e outros ditos menos práticos - ex. mudei de casa ou tornei-me menos intolerante - mas o que não mudou, isso, eu não posso mesmo saber. (Introduzi o elemento "acontecer", porque me parece importante perceber que para mudar, é necessário que aconteça alguma coisa. Nem que seja só na nossa cabeça e nunca partilhemos essa informação com ninguém.)”
Nao concordo nada com isto. Tenho no entanto como plausivel mais que nao seja porque a isso me obriga o desconhecimento o convencimento de quem o escreveu e posso ate invejar a paz de espirito e tempo livre passivel de com outras coisas ser ocupado que por certo daqui advem para todos aqueles que por escolha ou na ausencia desta enveredam por este caminho. Um amigo dizia-me ha uns tempos atras no intervalo de uma cerveja ali para os lados de um bairro conhecido pela sua envergadura e a proposito de alguem cuja envergadura ja nao se detem diante dos meus olhos ha outros tantos tempos que o grande problema para a maioria das pessoas estava nao em pensar naquilo que as coisas haviam sido mas sim em pensar sobre o que elas poderiam ter sido. Segundo ele uma vez apreendida e devidamente aceite esta nocao e combatido o algoritmo deste tipo de pensamento na medida exacta que a cada um fosse necessaria o grau de lamento individual seria gradualmente reduzido para niveis coadunaveis com um encarar de vida ISO 9001. No seguimento disto disse-me tambem ele que tal como havia afirmado o supracitado era valido para a maioria das pessoas que por norma se defrontavam com os maiores problemas nas questoes versando o passado mas que eu como jogava nas tres frentes estava tramado e que mais valia acabar com o meu sofrimento o quanto antes e que melhor forma de dar inicio ao processo do que reatar a cerveja? Não não foi ele quem o disse. Fui eu quem o pensou. Pensado e feito.
“O que mostramos é que é possível pegar em problemas que não são óbvios, problemas muito grandes, e levar o raciocínio à perfeição. Não há erro nos resultados do Chinook - ele está sempre certo”, garante Schaeffer.
Ouve uns tipos que solucionaram o jogo das damas. Levaram quase 20 anos. Nao me importa discutir agora se o meu tabuleiro e’ maior ou menor nem tao pouco as diferencas entre a amplitude de movimentos do jogo e do por vezes joguete. O que sei de fonte limpa e’ que para mim que ja ando nas minhas andanças ha algum tempo tentar chegar as coisas que nao me aconteceram apenas com a ferramenta de pensar nelas como sendo naturalmente opostas as que sucederam fazia-me tanto sentido como ir bebado para casa percorrer o dobro do caminho necessario para fazer uma infima parte do mesmo e acabar forcosamente por ir bater a outra porta. Nao me importa discutir porque 20 anos e’ muito tempo muito tempo e’ tambem aquilo que o impossivel demora e eu nao quero perder mais tempo com isto. Nem com a minha forma de fazer as coisas nem com outra qualquer. Vou buscar uma ao frio.
http://www.youtube.com/watch?v=d3dkVFQdza0
sexta-feira, 7 de setembro de 2007
Probing
Ontem e a proposito da data do terminus da sondagem que acabara de ter inicio perguntaram-me que dia seria dai a cento e nove dias? Como sou um maos largas e um bolsos rotos disse nao apenas o dia mas tambem a hora. A sondagem terminara no vigesimo quarto dia do mes de Dezembro do ano de dois mil e sete as vinte e tres horas e cinquenta e nove minutos.
Posto isto perguntaram-me "entao e porque?". Respondi "Desculpa mas ha coisas do foro privado da minha existencia sobre as quais nunca me irao ouvir tecer uma palavra que seja".
Na senda da questão anterior uma muitissimo mais importante foi levantada por outra pessoa. Perguntava ela porque e' que eu nao havia colocado nenhuma opcao chamada "O Maior Clube do Mundo" e conhecendo-me bem perguntava ainda porque é que em vez da opcao "A Minha Equipa" nao havia eu colocado um opcao simplesmente chamada "Eu"? Enternecido como Dylan ("Either I'm too sensitive or else i'm gettin' soft") com o que acabara de ouvir respondi primeiro a' segunda. "Sabes tens de facto toda a razao mas a verdade e' que eu acho que a maioria das pessoas nao iria compreender isso muito bem nomeadamente as do sexo oposto por isso se nao o fiz acho que foi mesmo por uma questao de... Estatistica. Mas indo de encontro ao que realmente e' importante e que e' ao Maior Clube do Mundo o meu pai costuma-me dizer "Vai chamar pai a outro" ao passo que o meu avo diz que "Lavar a cabeca a burros e' perder tempo e sabao". A verdade e' que mil uisques depois tenho muito mais paciencia para umas coisas e muitissimo menos para outras. Explicar uma ultima vez porque e' que o Benfica e' o Maior e o Melhor Clube do Mundo so se for um dia mais tarde aos filhos hipoteticos que haverei de renegar da exacta maneira com que o meu pai me renegou a mim se Deus quiser. "I dare do all that may become a man; Who dares do more is none."(Macbeth) - Nao e' de homem esperar que o Benfica venca o campeonato?"
Se ate la nao morrer e se ainda se justificar isto e' se nesse dia ainda houver duvidas darei inicio no primeiro dia do proximo ano a uma sondagem com o tema " Quem se ira sagrar como melhor marcador da BWIN Liga? As quatro opcoes ja se encontram mais ou menos definidas e em principio serao elas
"Cardozo"
"Tacuara"
"Oscar"
"O Paraguaio que joga a ponta de lanca no Benfica e que quando mete o pe esquerdo a' bola com o intuito de a rematar o faz de forma a parecer que a vida dele depende disso e e' bom que o faca pois depende mesmo".
Nao sei se repararam mas e' minha intencao deixar um espaço de sete dias entre sondagens. Ha quem diga por ai "esses gajos das sondagens... era mata-los a' paulada". Pois bem mata-los a' paulada sim senhor isso e' que era servico... agora mata-los a paulada sem lhes dar ferias acho que nao e' servico que se apresente.
Posto isto perguntaram-me "entao e porque?". Respondi "Desculpa mas ha coisas do foro privado da minha existencia sobre as quais nunca me irao ouvir tecer uma palavra que seja".
Na senda da questão anterior uma muitissimo mais importante foi levantada por outra pessoa. Perguntava ela porque e' que eu nao havia colocado nenhuma opcao chamada "O Maior Clube do Mundo" e conhecendo-me bem perguntava ainda porque é que em vez da opcao "A Minha Equipa" nao havia eu colocado um opcao simplesmente chamada "Eu"? Enternecido como Dylan ("Either I'm too sensitive or else i'm gettin' soft") com o que acabara de ouvir respondi primeiro a' segunda. "Sabes tens de facto toda a razao mas a verdade e' que eu acho que a maioria das pessoas nao iria compreender isso muito bem nomeadamente as do sexo oposto por isso se nao o fiz acho que foi mesmo por uma questao de... Estatistica. Mas indo de encontro ao que realmente e' importante e que e' ao Maior Clube do Mundo o meu pai costuma-me dizer "Vai chamar pai a outro" ao passo que o meu avo diz que "Lavar a cabeca a burros e' perder tempo e sabao". A verdade e' que mil uisques depois tenho muito mais paciencia para umas coisas e muitissimo menos para outras. Explicar uma ultima vez porque e' que o Benfica e' o Maior e o Melhor Clube do Mundo so se for um dia mais tarde aos filhos hipoteticos que haverei de renegar da exacta maneira com que o meu pai me renegou a mim se Deus quiser. "I dare do all that may become a man; Who dares do more is none."(Macbeth) - Nao e' de homem esperar que o Benfica venca o campeonato?"
Se ate la nao morrer e se ainda se justificar isto e' se nesse dia ainda houver duvidas darei inicio no primeiro dia do proximo ano a uma sondagem com o tema " Quem se ira sagrar como melhor marcador da BWIN Liga? As quatro opcoes ja se encontram mais ou menos definidas e em principio serao elas
"Cardozo"
"Tacuara"
"Oscar"
"O Paraguaio que joga a ponta de lanca no Benfica e que quando mete o pe esquerdo a' bola com o intuito de a rematar o faz de forma a parecer que a vida dele depende disso e e' bom que o faca pois depende mesmo".
Nao sei se repararam mas e' minha intencao deixar um espaço de sete dias entre sondagens. Ha quem diga por ai "esses gajos das sondagens... era mata-los a' paulada". Pois bem mata-los a' paulada sim senhor isso e' que era servico... agora mata-los a paulada sem lhes dar ferias acho que nao e' servico que se apresente.
terça-feira, 4 de setembro de 2007
quarta-feira, 22 de agosto de 2007
Epoca 2008/2009
Bruno diz:
ja acordei com a garganta a arranhar
Inês diz:
atenção
Inês diz:
ola que depois ficas tipo eu
Bruno diz:
nunca haverei de ficar tipo tu
Bruno diz:
tenho uma arma carregada na eventualidade de algum dia me encontrar nessa iminencia :)
Inês diz:
que mau
Inês diz:
olha por falar em armas
Inês diz:
bem que me teria dado jeito uma no sábado a noite
Inês diz:
cheguei a casa lá pelas 2h e deparei-me com um 'elefante' na casa de banho mas com aspecto de barata
Bruno diz:
then what?
Inês diz:
then...pânico
Inês diz:
pois
Inês diz:
demorei 1h para matar a besta
Inês diz:
primeiro observei o seu comportamento
Inês diz:
depois lá me lembrei que tinha lá um spray em casa
Inês diz:
aí tentei afogá-la com spray enquanto a perseguia pela casa
Inês diz:
daqueles de matar insectos
Bruno diz:
e gritavas ao mesmo tempo?
Inês diz:
sim
Inês diz:
e saltei para cima da cama
Inês diz:
ela foi da casa de banho até à cozinha e voltou
Inês diz:
e eu sempre atrás
Inês diz:
aí quando eu já estava quase a morrer intoxicada com o spray também
Bruno diz:
mas era mesmo grande a p.?
Inês diz:
gigante
Inês diz:
era enorme e tinha umas antenas parabólicas à frente
Inês diz:
devia captar cenas do outro lado do mundo
Bruno diz:
mataste uma barata com sport tv!!!
Inês diz:
:D
Inês diz:
quase
Inês diz:
aí passei para o método da chinelada
Inês diz:
porque ela entretanto parou e ficou de patas no ar
Inês diz:
a estrebuchar, contudo
Inês diz:
tive que lhe dar 3 chineladas
Inês diz:
até a besta morrer
Bruno diz:
a mim terias de dar mais que 3
Inês diz:
não inventes
Inês diz:
posto isto
Bruno diz:
sim
Inês diz:
aspirei-a
Inês diz:
porque não tive coragem de a agarrar
Inês diz:
e é isto a minha vida
Inês diz:
ah! e depois de me ter deitado a esta linda hora no sábado
Inês diz:
depois disto tudo tive de ir domingo de manhã para o museu de arte antiga porque já tinha combinado uma visita com o meu pai
Bruno diz:
e nao encontraste por la nenhuma?
Inês diz:
não
Inês diz:
estavam todas no funeral da outra
Bruno diz:
sabes acho que o teu segredo foi te-la confundido
Inês diz:
com?
Bruno diz:
a dada altura ela nao sabia se aquilo era uma luta pela sobrevivencia
Bruno diz:
ou uma visita a isla magica
Inês diz:
:D
ja acordei com a garganta a arranhar
Inês diz:
atenção
Inês diz:
ola que depois ficas tipo eu
Bruno diz:
nunca haverei de ficar tipo tu
Bruno diz:
tenho uma arma carregada na eventualidade de algum dia me encontrar nessa iminencia :)
Inês diz:
que mau
Inês diz:
olha por falar em armas
Inês diz:
bem que me teria dado jeito uma no sábado a noite
Inês diz:
cheguei a casa lá pelas 2h e deparei-me com um 'elefante' na casa de banho mas com aspecto de barata
Bruno diz:
then what?
Inês diz:
then...pânico
Inês diz:
pois
Inês diz:
demorei 1h para matar a besta
Inês diz:
primeiro observei o seu comportamento
Inês diz:
depois lá me lembrei que tinha lá um spray em casa
Inês diz:
aí tentei afogá-la com spray enquanto a perseguia pela casa
Inês diz:
daqueles de matar insectos
Bruno diz:
e gritavas ao mesmo tempo?
Inês diz:
sim
Inês diz:
e saltei para cima da cama
Inês diz:
ela foi da casa de banho até à cozinha e voltou
Inês diz:
e eu sempre atrás
Inês diz:
aí quando eu já estava quase a morrer intoxicada com o spray também
Bruno diz:
mas era mesmo grande a p.?
Inês diz:
gigante
Inês diz:
era enorme e tinha umas antenas parabólicas à frente
Inês diz:
devia captar cenas do outro lado do mundo
Bruno diz:
mataste uma barata com sport tv!!!
Inês diz:
:D
Inês diz:
quase
Inês diz:
aí passei para o método da chinelada
Inês diz:
porque ela entretanto parou e ficou de patas no ar
Inês diz:
a estrebuchar, contudo
Inês diz:
tive que lhe dar 3 chineladas
Inês diz:
até a besta morrer
Bruno diz:
a mim terias de dar mais que 3
Inês diz:
não inventes
Inês diz:
posto isto
Bruno diz:
sim
Inês diz:
aspirei-a
Inês diz:
porque não tive coragem de a agarrar
Inês diz:
e é isto a minha vida
Inês diz:
ah! e depois de me ter deitado a esta linda hora no sábado
Inês diz:
depois disto tudo tive de ir domingo de manhã para o museu de arte antiga porque já tinha combinado uma visita com o meu pai
Bruno diz:
e nao encontraste por la nenhuma?
Inês diz:
não
Inês diz:
estavam todas no funeral da outra
Bruno diz:
sabes acho que o teu segredo foi te-la confundido
Inês diz:
com?
Bruno diz:
a dada altura ela nao sabia se aquilo era uma luta pela sobrevivencia
Bruno diz:
ou uma visita a isla magica
Inês diz:
:D
segunda-feira, 20 de agosto de 2007
Charlie Parker
O habito nao sera em primeira instancia recurso de estilo nem tao pouco tera sido criado com essa pretensao em mente. E’ recurso de vida e na vida constroi as suas bases. Sobre ele e a proposito inicial de ser referir aos quartos que habitara ao longo da vida dizia Proust tratar-se de “acomodador habil mas muito lento e que começa por deixar que o nosso espirito sofra durante semanas numa instalacao provisoria mas que apesar de tudo o nosso espirito fica feliz por encontrar porque se não fosse o habito e reduzido exclusivamente aos seus proprios meios seria impotente para nos oferecer uma casa habitavel”. Julgo que ele nao se tera debrucado sobre o que se segue provavelmente outros o haverao feito mas eu que por estes dias tenho o tempo necessario para tal mais agora que durante uma semana nao irei querer ouvir falar de futebol decidi faze-lo. Afinal quem sera que vai ao encontro de quem na parte do habito que nos e’ essencial? Quando as situacoes sao realmente relevantes. Sera o habito que vem de modo celere ao nosso encontro e em nosso auxilio? Seremos sempre nos a ir ao encontro dele? Havera antes um encontro de vontades percorrendo cada um dos dois intervenientes uma parte de um caminho tao grande quanto a gravidade da situacao a tal tamanho obrigue? Terei de pensar bem acerca disto. Tentarei não o fazer da forma habitual.
Porem uma coisa e’ certa quer estejamos em presenca de habitos essenciais quer estejamos em presenca de outros nao tanto. Ainda que possamos pensar de forma habitual ou outra qualquer levados distraidamente pela premissa de que habito e vicio vivem em ruas parelas do Bairro Alto que na rua do habito somos nos que estamos em controlo da situacao a verdade a minha pelo menos e’ que nao estamos. Somos o pajem do habito e nao ele o nosso. Gosto pouco disso eu. Habituei-me a não olhar. Fui eu quem assim o quis. Foi um habito que não se me apresentou mas que primeiro procurei e depois quase em seguida e com uma naturalidade pouco comum das habituacoes dificeis apreendi. Achei do alto do cargo de presidente do conselho de administracao de mim proprio e por varias ordens de razoes que era uma ideia com sentido e pernas para andar. Achei tambem e reportando-me novamente a questao do controlar ou nao controlar as coisas que seria igualmente de extrema utilidade sendo eu alguem que alterna entre toda a tranquilidade do mundo e tranquilidade nenhuma. Para que olhar vezes sem conta as mesmas coisas? Ao fim de um dado numero variavel de observacoes mas imensamente distante de infinito os perfis vao-se tornando uniformes. A dada altura mesmo que não se saiba com exactidao do que se trata ja se sabera com elevado grau de certeza quais as hipoteses com um minimo de plausibilidade. Podia assim usar-se esse tempo em que de outra forma nos repetiriamos sistematicamente para fazer pensar e sentir outras coisas. E com isto alguem passivel de ser confundido por vezes com um morto-vivo acabaria por viver mais. Talvez nao melhor mas mais certamente. Acontece que Proust diz tambem que “talvez a imobilidade das coisas a nossa volta lhes seja imposta pela nossa certeza de que sao elas e nao outras, pela imobilidade do nosso pensamento diante delas”. Apesar das incontaveis vezes em que por decerto estava certo a certeza hoje e’ que andei errado e a errar durante muito tempo. Nao menos verdade do que a anterior é também a constatacao de que se muitos desses erros foram totalmente inofensivos para outros enquanto a mim me lesavam de forma minima a verdade e’ que pelo menos alguns tera havido em que o resultado tera sido muitissimo mais gravoso e dizendo isto desta forma julgo estar em condicoes de poder afiancar que acabo de alcancar um marco eufemico na minha escrita. Algo que tinha comecado de forma e com uma motivacao seria acabara por se tornar tambem em algo ludico. Não olhando por definicao fazia em relacao as mais variadas situacaoes apostas comigo mesmo no sentido de antecipar o que iria suceder naquele instante ou naquele ano que se seguiria usando os olhos apenas o numero de vezes estritamente necessarias para validar as respostas. Nunca antes deste momento me tinha ocorrido pensar no que podera realmente advir do facto de alguem jogar consigo proprio para alem do ja admitido habito de o fazer. Tenho ainda o habito de misturar as coisas mais e menos serias umas com as outras numa tentativa de confundir os outros e assim recuperar algum do controlo perdido por outras vias. Resultava por isto tambem em nao raras ocasioes e ao inves do que sucedia quando jogava futebol que acabava tambem por me confundir a mim proprio no tocante ao lugar que as mais diversas coisas teriam numa escala de importancia. Poderia agora falar-vos de toda uma serie de situacoes exemplificativas e representativas deste erro crasso de que vos venho falando mas se continuo a escrever a este ritmo não tardarei a ter escrito um primeiro livro e isso e’ algo que devera ser impedido a todo o custo. Assim sendo escolhi apenas um acontecimento relacionado com um tema que me e’ particularmente proximo. A esta altura estarao certamente algumas pessoas perfeitamente identificadas mas cujas identidades me escusarei a revelar a pensar que e’ finalmente chegado o momento de vos falar de mulheres. Enganam-se os elementos da minha quadratura. Pode parecer paradoxal mas se ha coisa que tenho bem presente por estes dias e’ a frase “the whispering may hurt you but the printed word might kill you” cantada por Morrissey. A minha mae não o sabe e provavelmente nao acreditaria mas ha coisas que so precisei de ouvir uma vez na vida. Mas retomando entao porque nisto de escrever ha que nao perder a nocao de que e’ mais facil abrir portas do que fecha-las. O tema sera a ornitologia e o acontecimento que foi em abono da verdade o que despertou o meu debrucar sobre tudo isto foi o seguinte. Vivo na mesma zona de Lisboa vai ja para tres anos. Ao longo deste tempo não tera sido pouco comum assistir por la aos mais diversos por vezes caricatos outras vezes criticos episodios. Bastantes vezes ali na esquina da Carvalho Araujo com a Morais Soares ouvi alguem assobiar do alto de algum dos predios ali situados. Se a maioria das vezes um rapido vislumbrar e me parecia certo quem seria a destinataria de tais demonstracoes recordo agora que pelo menos uma ou duas vezes terei colocado a hipotese de ser minha a atencao que o assobiador estaria a tentar disputar. Porem a minha atitude tinha sido sempre imutavel. Ignorar. Sucede no entanto que no outro dia ao sair de casa manha cedo para comprar o pequeno almoco que havia negligenciado na lista de compras do dia anterior e no momento em que era assolado pela consciencia de haver pago naquela madrugada seiscentos escudos por uma imperial mal tirada e que havia passado incolume apenas pelo sentimento de que a culpa não e’ das jogadores mas sim do treinador que as coloca a jogar dei por mim revestido da vontade ferrea de por uma vez ser protagonista de um filme chileno (de Praca do Chile) e fazer pagar o energumeno pelo pecador. Travei a marcha e nao descansei ate identificar o autor dos silvos. Havia durante todo aquele tempo que antecedera aquele momento imaginado como responsaveis ou responsavel todo o tipo de animais vertebrados pulmonados e de sangue quente. Porem a verdade foi inesperada. O animal que estava afinal em causa tinha a juntar as caracteristicas atras mencionadas uma outra particularmente evidente. O corpo revestido de penas. Era um corvo. Eu? Eu sou apenas um ornitologo experimentado que criou maus habitos.
Porem uma coisa e’ certa quer estejamos em presenca de habitos essenciais quer estejamos em presenca de outros nao tanto. Ainda que possamos pensar de forma habitual ou outra qualquer levados distraidamente pela premissa de que habito e vicio vivem em ruas parelas do Bairro Alto que na rua do habito somos nos que estamos em controlo da situacao a verdade a minha pelo menos e’ que nao estamos. Somos o pajem do habito e nao ele o nosso. Gosto pouco disso eu. Habituei-me a não olhar. Fui eu quem assim o quis. Foi um habito que não se me apresentou mas que primeiro procurei e depois quase em seguida e com uma naturalidade pouco comum das habituacoes dificeis apreendi. Achei do alto do cargo de presidente do conselho de administracao de mim proprio e por varias ordens de razoes que era uma ideia com sentido e pernas para andar. Achei tambem e reportando-me novamente a questao do controlar ou nao controlar as coisas que seria igualmente de extrema utilidade sendo eu alguem que alterna entre toda a tranquilidade do mundo e tranquilidade nenhuma. Para que olhar vezes sem conta as mesmas coisas? Ao fim de um dado numero variavel de observacoes mas imensamente distante de infinito os perfis vao-se tornando uniformes. A dada altura mesmo que não se saiba com exactidao do que se trata ja se sabera com elevado grau de certeza quais as hipoteses com um minimo de plausibilidade. Podia assim usar-se esse tempo em que de outra forma nos repetiriamos sistematicamente para fazer pensar e sentir outras coisas. E com isto alguem passivel de ser confundido por vezes com um morto-vivo acabaria por viver mais. Talvez nao melhor mas mais certamente. Acontece que Proust diz tambem que “talvez a imobilidade das coisas a nossa volta lhes seja imposta pela nossa certeza de que sao elas e nao outras, pela imobilidade do nosso pensamento diante delas”. Apesar das incontaveis vezes em que por decerto estava certo a certeza hoje e’ que andei errado e a errar durante muito tempo. Nao menos verdade do que a anterior é também a constatacao de que se muitos desses erros foram totalmente inofensivos para outros enquanto a mim me lesavam de forma minima a verdade e’ que pelo menos alguns tera havido em que o resultado tera sido muitissimo mais gravoso e dizendo isto desta forma julgo estar em condicoes de poder afiancar que acabo de alcancar um marco eufemico na minha escrita. Algo que tinha comecado de forma e com uma motivacao seria acabara por se tornar tambem em algo ludico. Não olhando por definicao fazia em relacao as mais variadas situacaoes apostas comigo mesmo no sentido de antecipar o que iria suceder naquele instante ou naquele ano que se seguiria usando os olhos apenas o numero de vezes estritamente necessarias para validar as respostas. Nunca antes deste momento me tinha ocorrido pensar no que podera realmente advir do facto de alguem jogar consigo proprio para alem do ja admitido habito de o fazer. Tenho ainda o habito de misturar as coisas mais e menos serias umas com as outras numa tentativa de confundir os outros e assim recuperar algum do controlo perdido por outras vias. Resultava por isto tambem em nao raras ocasioes e ao inves do que sucedia quando jogava futebol que acabava tambem por me confundir a mim proprio no tocante ao lugar que as mais diversas coisas teriam numa escala de importancia. Poderia agora falar-vos de toda uma serie de situacoes exemplificativas e representativas deste erro crasso de que vos venho falando mas se continuo a escrever a este ritmo não tardarei a ter escrito um primeiro livro e isso e’ algo que devera ser impedido a todo o custo. Assim sendo escolhi apenas um acontecimento relacionado com um tema que me e’ particularmente proximo. A esta altura estarao certamente algumas pessoas perfeitamente identificadas mas cujas identidades me escusarei a revelar a pensar que e’ finalmente chegado o momento de vos falar de mulheres. Enganam-se os elementos da minha quadratura. Pode parecer paradoxal mas se ha coisa que tenho bem presente por estes dias e’ a frase “the whispering may hurt you but the printed word might kill you” cantada por Morrissey. A minha mae não o sabe e provavelmente nao acreditaria mas ha coisas que so precisei de ouvir uma vez na vida. Mas retomando entao porque nisto de escrever ha que nao perder a nocao de que e’ mais facil abrir portas do que fecha-las. O tema sera a ornitologia e o acontecimento que foi em abono da verdade o que despertou o meu debrucar sobre tudo isto foi o seguinte. Vivo na mesma zona de Lisboa vai ja para tres anos. Ao longo deste tempo não tera sido pouco comum assistir por la aos mais diversos por vezes caricatos outras vezes criticos episodios. Bastantes vezes ali na esquina da Carvalho Araujo com a Morais Soares ouvi alguem assobiar do alto de algum dos predios ali situados. Se a maioria das vezes um rapido vislumbrar e me parecia certo quem seria a destinataria de tais demonstracoes recordo agora que pelo menos uma ou duas vezes terei colocado a hipotese de ser minha a atencao que o assobiador estaria a tentar disputar. Porem a minha atitude tinha sido sempre imutavel. Ignorar. Sucede no entanto que no outro dia ao sair de casa manha cedo para comprar o pequeno almoco que havia negligenciado na lista de compras do dia anterior e no momento em que era assolado pela consciencia de haver pago naquela madrugada seiscentos escudos por uma imperial mal tirada e que havia passado incolume apenas pelo sentimento de que a culpa não e’ das jogadores mas sim do treinador que as coloca a jogar dei por mim revestido da vontade ferrea de por uma vez ser protagonista de um filme chileno (de Praca do Chile) e fazer pagar o energumeno pelo pecador. Travei a marcha e nao descansei ate identificar o autor dos silvos. Havia durante todo aquele tempo que antecedera aquele momento imaginado como responsaveis ou responsavel todo o tipo de animais vertebrados pulmonados e de sangue quente. Porem a verdade foi inesperada. O animal que estava afinal em causa tinha a juntar as caracteristicas atras mencionadas uma outra particularmente evidente. O corpo revestido de penas. Era um corvo. Eu? Eu sou apenas um ornitologo experimentado que criou maus habitos.
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