sábado, 29 de dezembro de 2007

Memorias de uma queixa

Não ha nada que nao consiga fazer com uma bola nos pes mas ha algo que sempre me recusei a fazer... passes de morte. Os mais incautos chamavam-me "ganancia" e gritavam "passa a bola" ou "leva-a p'ra casa" e nao entendiam que estava apenas a zelar pela saude deles apesar das constantes ameaças à minha. O meu pai diz que eu so tenho altura mas a verdade e' que sendo eu tambem um portento de tecnica e repentismo era virtualmente impossivel antecipar quando e' que aquilo que a' partida era a simples intencao de um simples passe nao se iria tornar em algo capaz de magoar alguem a serio. No entanto pergunto-me se todos estes anos em que me esforcei pela manutencao do espirito desportivo em todos os palcos que pisei e foram muitos terão valido a pena. E' que ha algum tempo atras chegou ai um brasileiro e comecou a falar em "mata-mata". Parece que andam uns a estragar o trabalho dos outros. Afinal de contas... serei eu o burro? Serei eu o ruim?

terça-feira, 18 de setembro de 2007

...

Nao interessa quando contava-me um amigo sportinguista nao confundir com um amigo do Sporting pois pelo menos para este caso sao coisas distintas sendo que uma representa aquilo que se faz ao passo que a outra se reportara aquilo que se e' embora tambem tenha e fica assim feita a clarificacao amigos do segundo comprimento de onda (nao lhes entregaria uma filha mas isso tem tanto de sabido quanto tem de outra historia) que achava ser um tipo normal apreciador de sandes a' lavrador de Viseu que o que mais queria era que o Benfica ganhasse o jogo de hoje em Milao mas que na noite antes de nao interessa quando se tinha deitado as tres e meia da manha para acordar volvidas duas horas e meia ligar o leitor de mp3 que por aqueles dias de nao interessa como haveria de funcionar com a pilha de quarenta centimos do chines maos na nuca a assistir ao filme nao mudo mas surdo de sombras projectado na parede do quarto e a pensar que ela deveria estar ali. Disse-lhe que fosse eu no lugar dele e teria saido de casa naquele instante e que e' assim que procedo sempre que o injustificado o justifica. Uma coisa e' elas nao estarem quando os dias terminam. Agora os dias comecarem e elas continuarem a nao estar da um bocado a pinta de andarem a gozar connosco. E' melhor sair enquanto a luz do Sol ainda nao esta a ser receptada.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Nikita

No outro dia li algures o seguinte:
“Assim como não tenho maneira de saber o que não mudou na minha vida, também não tenho muitas hipóteses de saber o que não me aconteceu (com excepções óbvias, comuns a quase todos); a não ser que pense nessas coisas que não me aconteceram como sendo naturalmente opostas às que me aconteceram. Por exemplo, tive sarampo por oposição a não tive sarampo, tendo o primeiro facto acontecido (já na idade adulta, obrigando-me a ficar semanas de cama) e o segundo não. Quanto ao que mudou na minha vida, posso reconhecer alguns aspectos práticos e outros ditos menos práticos - ex. mudei de casa ou tornei-me menos intolerante - mas o que não mudou, isso, eu não posso mesmo saber. (Introduzi o elemento "acontecer", porque me parece importante perceber que para mudar, é necessário que aconteça alguma coisa. Nem que seja só na nossa cabeça e nunca partilhemos essa informação com ninguém.)”
Nao concordo nada com isto. Tenho no entanto como plausivel mais que nao seja porque a isso me obriga o desconhecimento o convencimento de quem o escreveu e posso ate invejar a paz de espirito e tempo livre passivel de com outras coisas ser ocupado que por certo daqui advem para todos aqueles que por escolha ou na ausencia desta enveredam por este caminho. Um amigo dizia-me ha uns tempos atras no intervalo de uma cerveja ali para os lados de um bairro conhecido pela sua envergadura e a proposito de alguem cuja envergadura ja nao se detem diante dos meus olhos ha outros tantos tempos que o grande problema para a maioria das pessoas estava nao em pensar naquilo que as coisas haviam sido mas sim em pensar sobre o que elas poderiam ter sido. Segundo ele uma vez apreendida e devidamente aceite esta nocao e combatido o algoritmo deste tipo de pensamento na medida exacta que a cada um fosse necessaria o grau de lamento individual seria gradualmente reduzido para niveis coadunaveis com um encarar de vida ISO 9001. No seguimento disto disse-me tambem ele que tal como havia afirmado o supracitado era valido para a maioria das pessoas que por norma se defrontavam com os maiores problemas nas questoes versando o passado mas que eu como jogava nas tres frentes estava tramado e que mais valia acabar com o meu sofrimento o quanto antes e que melhor forma de dar inicio ao processo do que reatar a cerveja? Não não foi ele quem o disse. Fui eu quem o pensou. Pensado e feito.
“O que mostramos é que é possível pegar em problemas que não são óbvios, problemas muito grandes, e levar o raciocínio à perfeição. Não há erro nos resultados do Chinook - ele está sempre certo”, garante Schaeffer.
Ouve uns tipos que solucionaram o jogo das damas. Levaram quase 20 anos. Nao me importa discutir agora se o meu tabuleiro e’ maior ou menor nem tao pouco as diferencas entre a amplitude de movimentos do jogo e do por vezes joguete. O que sei de fonte limpa e’ que para mim que ja ando nas minhas andanças ha algum tempo tentar chegar as coisas que nao me aconteceram apenas com a ferramenta de pensar nelas como sendo naturalmente opostas as que sucederam fazia-me tanto sentido como ir bebado para casa percorrer o dobro do caminho necessario para fazer uma infima parte do mesmo e acabar forcosamente por ir bater a outra porta. Nao me importa discutir porque 20 anos e’ muito tempo muito tempo e’ tambem aquilo que o impossivel demora e eu nao quero perder mais tempo com isto. Nem com a minha forma de fazer as coisas nem com outra qualquer. Vou buscar uma ao frio.
http://www.youtube.com/watch?v=d3dkVFQdza0

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Probing

Ontem e a proposito da data do terminus da sondagem que acabara de ter inicio perguntaram-me que dia seria dai a cento e nove dias? Como sou um maos largas e um bolsos rotos disse nao apenas o dia mas tambem a hora. A sondagem terminara no vigesimo quarto dia do mes de Dezembro do ano de dois mil e sete as vinte e tres horas e cinquenta e nove minutos.
Posto isto perguntaram-me "entao e porque?". Respondi "Desculpa mas ha coisas do foro privado da minha existencia sobre as quais nunca me irao ouvir tecer uma palavra que seja".
Na senda da questão anterior uma muitissimo mais importante foi levantada por outra pessoa. Perguntava ela porque e' que eu nao havia colocado nenhuma opcao chamada "O Maior Clube do Mundo" e conhecendo-me bem perguntava ainda porque é que em vez da opcao "A Minha Equipa" nao havia eu colocado um opcao simplesmente chamada "Eu"? Enternecido como Dylan ("Either I'm too sensitive or else i'm gettin' soft") com o que acabara de ouvir respondi primeiro a' segunda. "Sabes tens de facto toda a razao mas a verdade e' que eu acho que a maioria das pessoas nao iria compreender isso muito bem nomeadamente as do sexo oposto por isso se nao o fiz acho que foi mesmo por uma questao de... Estatistica. Mas indo de encontro ao que realmente e' importante e que e' ao Maior Clube do Mundo o meu pai costuma-me dizer "Vai chamar pai a outro" ao passo que o meu avo diz que "Lavar a cabeca a burros e' perder tempo e sabao". A verdade e' que mil uisques depois tenho muito mais paciencia para umas coisas e muitissimo menos para outras. Explicar uma ultima vez porque e' que o Benfica e' o Maior e o Melhor Clube do Mundo so se for um dia mais tarde aos filhos hipoteticos que haverei de renegar da exacta maneira com que o meu pai me renegou a mim se Deus quiser. "I dare do all that may become a man; Who dares do more is none."(Macbeth) - Nao e' de homem esperar que o Benfica venca o campeonato?"
Se ate la nao morrer e se ainda se justificar isto e' se nesse dia ainda houver duvidas darei inicio no primeiro dia do proximo ano a uma sondagem com o tema " Quem se ira sagrar como melhor marcador da BWIN Liga? As quatro opcoes ja se encontram mais ou menos definidas e em principio serao elas
"Cardozo"
"Tacuara"
"Oscar"
"O Paraguaio que joga a ponta de lanca no Benfica e que quando mete o pe esquerdo a' bola com o intuito de a rematar o faz de forma a parecer que a vida dele depende disso e e' bom que o faca pois depende mesmo".
Nao sei se repararam mas e' minha intencao deixar um espaço de sete dias entre sondagens. Ha quem diga por ai "esses gajos das sondagens... era mata-los a' paulada". Pois bem mata-los a' paulada sim senhor isso e' que era servico... agora mata-los a paulada sem lhes dar ferias acho que nao e' servico que se apresente.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Epoca 2008/2009

Bruno diz:
ja acordei com a garganta a arranhar
Inês diz:
atenção
Inês diz:
ola que depois ficas tipo eu
Bruno diz:
nunca haverei de ficar tipo tu
Bruno diz:
tenho uma arma carregada na eventualidade de algum dia me encontrar nessa iminencia :)
Inês diz:
que mau
Inês diz:
olha por falar em armas
Inês diz:
bem que me teria dado jeito uma no sábado a noite
Inês diz:
cheguei a casa lá pelas 2h e deparei-me com um 'elefante' na casa de banho mas com aspecto de barata
Bruno diz:
then what?
Inês diz:
then...pânico
Inês diz:
pois
Inês diz:
demorei 1h para matar a besta
Inês diz:
primeiro observei o seu comportamento
Inês diz:
depois lá me lembrei que tinha lá um spray em casa
Inês diz:
aí tentei afogá-la com spray enquanto a perseguia pela casa
Inês diz:
daqueles de matar insectos
Bruno diz:
e gritavas ao mesmo tempo?
Inês diz:
sim
Inês diz:
e saltei para cima da cama
Inês diz:
ela foi da casa de banho até à cozinha e voltou
Inês diz:
e eu sempre atrás
Inês diz:
aí quando eu já estava quase a morrer intoxicada com o spray também
Bruno diz:
mas era mesmo grande a p.?
Inês diz:
gigante
Inês diz:
era enorme e tinha umas antenas parabólicas à frente
Inês diz:
devia captar cenas do outro lado do mundo
Bruno diz:
mataste uma barata com sport tv!!!
Inês diz:
:D
Inês diz:
quase
Inês diz:
aí passei para o método da chinelada
Inês diz:
porque ela entretanto parou e ficou de patas no ar
Inês diz:
a estrebuchar, contudo
Inês diz:
tive que lhe dar 3 chineladas
Inês diz:
até a besta morrer
Bruno diz:
a mim terias de dar mais que 3
Inês diz:
não inventes
Inês diz:
posto isto
Bruno diz:
sim
Inês diz:
aspirei-a
Inês diz:
porque não tive coragem de a agarrar
Inês diz:
e é isto a minha vida
Inês diz:
ah! e depois de me ter deitado a esta linda hora no sábado
Inês diz:
depois disto tudo tive de ir domingo de manhã para o museu de arte antiga porque já tinha combinado uma visita com o meu pai
Bruno diz:
e nao encontraste por la nenhuma?
Inês diz:
não
Inês diz:
estavam todas no funeral da outra
Bruno diz:
sabes acho que o teu segredo foi te-la confundido
Inês diz:
com?
Bruno diz:
a dada altura ela nao sabia se aquilo era uma luta pela sobrevivencia
Bruno diz:
ou uma visita a isla magica
Inês diz:
:D

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Charlie Parker

O habito nao sera em primeira instancia recurso de estilo nem tao pouco tera sido criado com essa pretensao em mente. E’ recurso de vida e na vida constroi as suas bases. Sobre ele e a proposito inicial de ser referir aos quartos que habitara ao longo da vida dizia Proust tratar-se de “acomodador habil mas muito lento e que começa por deixar que o nosso espirito sofra durante semanas numa instalacao provisoria mas que apesar de tudo o nosso espirito fica feliz por encontrar porque se não fosse o habito e reduzido exclusivamente aos seus proprios meios seria impotente para nos oferecer uma casa habitavel”. Julgo que ele nao se tera debrucado sobre o que se segue provavelmente outros o haverao feito mas eu que por estes dias tenho o tempo necessario para tal mais agora que durante uma semana nao irei querer ouvir falar de futebol decidi faze-lo. Afinal quem sera que vai ao encontro de quem na parte do habito que nos e’ essencial? Quando as situacoes sao realmente relevantes. Sera o habito que vem de modo celere ao nosso encontro e em nosso auxilio? Seremos sempre nos a ir ao encontro dele? Havera antes um encontro de vontades percorrendo cada um dos dois intervenientes uma parte de um caminho tao grande quanto a gravidade da situacao a tal tamanho obrigue? Terei de pensar bem acerca disto. Tentarei não o fazer da forma habitual.
Porem uma coisa e’ certa quer estejamos em presenca de habitos essenciais quer estejamos em presenca de outros nao tanto. Ainda que possamos pensar de forma habitual ou outra qualquer levados distraidamente pela premissa de que habito e vicio vivem em ruas parelas do Bairro Alto que na rua do habito somos nos que estamos em controlo da situacao a verdade a minha pelo menos e’ que nao estamos. Somos o pajem do habito e nao ele o nosso. Gosto pouco disso eu. Habituei-me a não olhar. Fui eu quem assim o quis. Foi um habito que não se me apresentou mas que primeiro procurei e depois quase em seguida e com uma naturalidade pouco comum das habituacoes dificeis apreendi. Achei do alto do cargo de presidente do conselho de administracao de mim proprio e por varias ordens de razoes que era uma ideia com sentido e pernas para andar. Achei tambem e reportando-me novamente a questao do controlar ou nao controlar as coisas que seria igualmente de extrema utilidade sendo eu alguem que alterna entre toda a tranquilidade do mundo e tranquilidade nenhuma. Para que olhar vezes sem conta as mesmas coisas? Ao fim de um dado numero variavel de observacoes mas imensamente distante de infinito os perfis vao-se tornando uniformes. A dada altura mesmo que não se saiba com exactidao do que se trata ja se sabera com elevado grau de certeza quais as hipoteses com um minimo de plausibilidade. Podia assim usar-se esse tempo em que de outra forma nos repetiriamos sistematicamente para fazer pensar e sentir outras coisas. E com isto alguem passivel de ser confundido por vezes com um morto-vivo acabaria por viver mais. Talvez nao melhor mas mais certamente. Acontece que Proust diz tambem que “talvez a imobilidade das coisas a nossa volta lhes seja imposta pela nossa certeza de que sao elas e nao outras, pela imobilidade do nosso pensamento diante delas”. Apesar das incontaveis vezes em que por decerto estava certo a certeza hoje e’ que andei errado e a errar durante muito tempo. Nao menos verdade do que a anterior é também a constatacao de que se muitos desses erros foram totalmente inofensivos para outros enquanto a mim me lesavam de forma minima a verdade e’ que pelo menos alguns tera havido em que o resultado tera sido muitissimo mais gravoso e dizendo isto desta forma julgo estar em condicoes de poder afiancar que acabo de alcancar um marco eufemico na minha escrita. Algo que tinha comecado de forma e com uma motivacao seria acabara por se tornar tambem em algo ludico. Não olhando por definicao fazia em relacao as mais variadas situacaoes apostas comigo mesmo no sentido de antecipar o que iria suceder naquele instante ou naquele ano que se seguiria usando os olhos apenas o numero de vezes estritamente necessarias para validar as respostas. Nunca antes deste momento me tinha ocorrido pensar no que podera realmente advir do facto de alguem jogar consigo proprio para alem do ja admitido habito de o fazer. Tenho ainda o habito de misturar as coisas mais e menos serias umas com as outras numa tentativa de confundir os outros e assim recuperar algum do controlo perdido por outras vias. Resultava por isto tambem em nao raras ocasioes e ao inves do que sucedia quando jogava futebol que acabava tambem por me confundir a mim proprio no tocante ao lugar que as mais diversas coisas teriam numa escala de importancia. Poderia agora falar-vos de toda uma serie de situacoes exemplificativas e representativas deste erro crasso de que vos venho falando mas se continuo a escrever a este ritmo não tardarei a ter escrito um primeiro livro e isso e’ algo que devera ser impedido a todo o custo. Assim sendo escolhi apenas um acontecimento relacionado com um tema que me e’ particularmente proximo. A esta altura estarao certamente algumas pessoas perfeitamente identificadas mas cujas identidades me escusarei a revelar a pensar que e’ finalmente chegado o momento de vos falar de mulheres. Enganam-se os elementos da minha quadratura. Pode parecer paradoxal mas se ha coisa que tenho bem presente por estes dias e’ a frase “the whispering may hurt you but the printed word might kill you” cantada por Morrissey. A minha mae não o sabe e provavelmente nao acreditaria mas ha coisas que so precisei de ouvir uma vez na vida. Mas retomando entao porque nisto de escrever ha que nao perder a nocao de que e’ mais facil abrir portas do que fecha-las. O tema sera a ornitologia e o acontecimento que foi em abono da verdade o que despertou o meu debrucar sobre tudo isto foi o seguinte. Vivo na mesma zona de Lisboa vai ja para tres anos. Ao longo deste tempo não tera sido pouco comum assistir por la aos mais diversos por vezes caricatos outras vezes criticos episodios. Bastantes vezes ali na esquina da Carvalho Araujo com a Morais Soares ouvi alguem assobiar do alto de algum dos predios ali situados. Se a maioria das vezes um rapido vislumbrar e me parecia certo quem seria a destinataria de tais demonstracoes recordo agora que pelo menos uma ou duas vezes terei colocado a hipotese de ser minha a atencao que o assobiador estaria a tentar disputar. Porem a minha atitude tinha sido sempre imutavel. Ignorar. Sucede no entanto que no outro dia ao sair de casa manha cedo para comprar o pequeno almoco que havia negligenciado na lista de compras do dia anterior e no momento em que era assolado pela consciencia de haver pago naquela madrugada seiscentos escudos por uma imperial mal tirada e que havia passado incolume apenas pelo sentimento de que a culpa não e’ das jogadores mas sim do treinador que as coloca a jogar dei por mim revestido da vontade ferrea de por uma vez ser protagonista de um filme chileno (de Praca do Chile) e fazer pagar o energumeno pelo pecador. Travei a marcha e nao descansei ate identificar o autor dos silvos. Havia durante todo aquele tempo que antecedera aquele momento imaginado como responsaveis ou responsavel todo o tipo de animais vertebrados pulmonados e de sangue quente. Porem a verdade foi inesperada. O animal que estava afinal em causa tinha a juntar as caracteristicas atras mencionadas uma outra particularmente evidente. O corpo revestido de penas. Era um corvo. Eu? Eu sou apenas um ornitologo experimentado que criou maus habitos.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Discourse on the Method of Rightly Conducting the Reason and Seeking for Truth in the Sciences (1637) - René Descartes

PART I.

Good sense is of all things in the world the most equally distributed, for everybody thinks himself so abundantly provided with it, that even those most difficult to please in all other matters do not commonly desire more of it than they already possess. It is unlikely that this is an error on their part; it seems rather to be evidence in support of the view that the power of forming a good judgment and of distinguishing the true from the false, which is properly speaking what is called Good sense or Reason, is by nature equal in all men. Hence too it will show that the diversity of our opinions does not proceed from some men being more rational than others, but solely from the fact that our thoughts pass through diverse channels and the same objects are not considered by all. For to be possessed of good mental powers is not sufficient; the principal matter is to apply them well. The greatest minds are capable of the greatest vices as well as of the greatest virtues and those who proceed very slowly may, provided they always follow the straight road, really advance much faster than those who, though they run, forsake it.

For myself I have never ventured to presume that my mind was in any way more perfect than that of the ordinary man; I have even longed to possess thought as quick;, or an imagination as accurate and distinct, or a memory as comprehensive or ready, as some others. And besides these I do not know any other qualities that make for the perfection of the human mind. For as to reason or sense, inasmuch as it is the only thing that constitutes us men and distinguishes us from the brutes, I would fain believe that it is to be found complete in each individual, and in this I follow the common opinion of the philosophers, Who say that the question of more or less occurs only in the sphere of the accidents and does not affect the forms or natures of the individuals in the same species.

But I shall not hesitate to say that I have had great good fortune from my youth up, in lighting upon and pursuing certain paths which have conducted me to considerations and maxims from which I have formed a Method, by whose assistance it appears to me I have the means of gradually increasing my knowledge and of little by little raising it to the highest possible point which the mediocrity of my talents and the brief duration of my life can permit me to reach. For I have already reaped from it fruits of such a nature that, even though I always try in the judgments I make on myself to lean to the side of selfdepreciation rather than to that of arrogance, and though, looking with the eye of a philosopher on the diverse actions and enterprises of all mankind, I find scarcely any which do not seem to me vain and useless, I do not cease to receive extreme satisfaction in the progress which I seem to have already made in the search after truth, and to form such hopes for the future as to venture to believe that, if amongst the occupations of men, simply as men, that is the one in particular that is excellent and important, that is the one which I have selected.

It must always be recollected, however, that possibly I deceive myself, and that what I take to be gold and diamonds is perhaps no more than copper and glass. I know how subject we are to delusion in whatever touches ourselves, and also how much the judgments of our friends ought to be suspected when they are in our favour. But in this Discourse I shall be very happy to show the Paths I have followed, and to set forth my life as in a picture, so that everyone may judge of it for himself; and thus in learning from the common talk what are the opinions which are held of it, a new means of obtaining self-instruction will be reached, which I shall add to those which I have been in the habit of using.

Thus my design is not here to teach the Method which everyone should follow in order to promote the good conduct of his Reason, but only to show in what manner I have endeavoured to conduct my own. Those who set about giving precepts must esteem themselves more skilful than those to whom they advance them, and if they fall short in the smallest matter they must of course take the blame for it. But regarding this Treatise simply as a history, or, if you prefer it, a fable in which, amongst certain things which may be imitated, there are possibly others also which it would not be right to follow, I hope that it will be of use to some without being hurtful to any, and that all will thank me for my frankness.

I have been nourished on letters since my childhood, and since I was given to believe that by their means a clear and certain knowledge could be obtained of all that is useful in life, I had an extreme desire to acquire instruction. But so soon as I had achieved the entire course of study at the loss of which one is usually received into the ranks of the learned, I entirely changed my opinion. For I found myself embarrassed with so many doubts and errors that it seemed to me that the effort to instruct myself had no effect other than the increasing discovery of my own ignorance. And yet I was studying at one of the most celebrated Schools in Europe, where I thought that there must be men of learning if they were to be found anywhere in the world. I learned there all that others learned; and not being satisfied with the sciences that we were taught, I even read through all the books which fell into my hands, treating of what is considered most curious and rare. Along with this I knew the judgments that others had formed of me, and I did not feel that I was esteemed inferior to my fellow-students, although there were amongst them some destined to fill the places of our masters. And finally our century seemed to me as flourishing, and as fertile in great minds, as any which had preceded. And this made me take the liberty of judging all others by myself and of coming to the conclusion that there was no learning in the world such as I was formerly led to believe it to be.

I did not omit, however, always to hold in esteem those exercises which are the occupation of the Schools. I knew that the Languages which one learns there are essential for the understanding of all ancient literature; that fables with their charm stimulate the mind and histories of memorable deeds exalt it; and that, when read with discretion, these books assist in forming a sound judgment I was aware that the reading of all good books is indeed like a conversation with the noblest men of past centuries who were the authors of them, nay a carefully studied conversation, in which they reveal to us none but the best of their thoughts. I deemed Eloquence to have a power and beauty beyond compare; that Poesy has most ravishing delicacy and sweetness; that in Mathematics there are the subtlest discoveries and inventions which may accomplish much, both in satisfying the curious, and in furthering all the arts, and in diminishing man's labour; that those writings that deal with Morals contain much that is instructive, and many exhortations to virtue which are most useful; that Theology points out the way to heaven; that Philosophy teaches us to speak with an appearance of truth on all things, and causes us to be admired by the less learned; than Jurisprudence, Medicine and all other sciences bring honour and riches to those who cultivate them; and finally that it is good to have examined all things, even those most full of superstition and falsehood, in order that we may know their just value, and avoid being deceived by them.

But I considered that I had already given sufficient time to languages and likewise even to the reading of the literature of the ancients, both their histories and their fables. For to converse with those of other centuries is almost the same thing as to travel. It is good to know something of the customs of different peoples in order to judge more sanely of our own, and not to think that everything of a fashion not ours is absurd and contrary to reason, as who those who have seen nothing. But when one employs too much time in travelling, one becomes a stranger in one's own country, and when one is too curious about things which were practised in past centuries, one is usually very ignorant about those which are practised in our own time. Besides, fables make one imagine many events possible which in reality are not so, and even the most accurate of histories, if they do not exactly misrepresent or exaggerate the value of things in order to render them more worthy of being read, at least omit in them all the circumstances which are basest and least notable; and from this fact it follows that what is retained is not portrayed as it really is and that those who regulate their conduct by examples which they derive from such a source, are liable to fall into the extravagances of the knights-errant of Romance, and form projects beyond their power of performance.

I esteemed Eloquence most highly and I was enamoured of Poesy, but I thought that both were gifts of the mind rather than fruits of study. Those who have the strongest power of reasoning, and who most skilfully arrange their thoughts in order to tender them clear and intelligible, have the best power of persuasion even if they can but speak the language of Lower Brittany and have never learned Rhetoric. And those who have the most delightful original ideas and who know how to express them with the maximum of style and suavity, would not fail to be the best poets even if the art of Poetry were unknown to them.

Most of all was I delighted with Mathematics because of the certainty of its demonstrations and the evidence of its reasoning; but I did not yet understand its true use, and, believing that it was of service only in the mechanical arts, I was astonished that, seeing how firm and solid was its basis, no loftier edifice had been reared thereupon. On the other hand I compared the works of the ancient pagans which deal with Morals to palaces most superb and magnificent, which are yet built on sand and mud alone. They praise the virtues most highly and show them to be more worthy of being prized than anything else in the world, but they do not sufficiently teach us to become acquainted with them, and often that which is called by a fine name is nothing but insensibility, or pride, or despair, or parricide.

I honoured our theology and aspired as much as anyone to reach to heaven, but having learned to regard it as a most highly assured fact that the road is not less open to the most ignorant than to the most learned, and that the revealed truths which conduct thither are quite above our intelligence, I should not have dared to submit them to the feebleness of my reasonings; and I thought that, in order to undertake to examine them and succeed in so doing, it was necessary to have some extraordinary assistance from above and to be more than a mere man.

I shall not say anything about Philosophy, but that, seeing that it has been cultivated for many centuries by the best minds that have ever lived, and that nevertheless no single thing is to be found in it which is not subject of dispute, and in consequence which is not dubious I had not enough presumption to hope to fare better there than other men had done. And also, considering how many conflicting opinions there may be regarding the self-same matter, all supported by learned people, while there can never be more than one which is true, I esteemed as well-nigh false all that only went as far as being probable.

Then as to the other sciences, inasmuch as they derive their principles from Philosophy, I judged that one could have built nothing solid on foundations so far from firm. And neither the honour nor the promised gain was sufficient to persuade me to cultivate them, for, thanks be to God, I did not find myself in a condition which obliged me to make a merchandise of science for the improvement of my fortune; and, although I did not pretend to scorn all glory like the Cynics, I yet had very small esteem for what I could not hope to acquire, excepting through fictitious tittles. And, finally, as to false doctrines, I thought that I already knew well enough what they were worth to be subject to deception neither by the promises of an alchemist, the predictions of an astrologer, the impostures of a magician, the artifices or the empty boastings of any of those who make a profession of knowing that of which they are ignorant.

This is why, as soon as age permitted me to emerge from the control of my tutors, I entirely quitted the study of letters. And resolving to seek no other science than that which could be found in myself, or at least in the great book of the world, I employed the rest of my youth in travel, in seeing courts and armies, in intercourse with men of diverse temperaments and conditions, in collecting varied experiences, in proving myself in the various predicaments in which I was placed by fortune, and under all circumstances bringing my mind to bear on the things which came before it, so that I might derive some profit from my experience. For it seemed to me that I might meet with much more truth in the reasonings that each man makes on the matters that specially concern him, and the issue of which would very soon punish him if he made a wrong judgment, than in the case of those made by a man of letters in his study touching speculations which lead to no results and which bring about no other consequences to himself excepting that he will be all the more vain the more they are removed from common sense, since in this case it proves him to have employed so much the more ingenuity and skill in trying to make them seem probable. And I always had an excessive desire to learn to distinguish the true from the false, in order to see clearly in my actions and to walk with confidence in this life.

It is true that while I only considered the manners of other men I found in them nothing to give me settled convictions; and I remarked in them almost as much diversity as I had formerly seen in the opinions of philosophers. So much was this the case that the greatest profit which I derived from their study was that, in seeing many things which, although they seem to us very extravagant and ridiculous, were yet commonly received and approved by other great nations, I learned to believe nothing too certainly of which I had only been convinced by example and custom. Thus, little by little I was delivered from many errors which might have obscured our natural vision and rendered us less capable of listening to Reason. But after I had employed several years in thus studying the book of the world and trying to acquire some experience, I one day formed the resolution of also making myself an object of study and of employing all the strength of my mind in choosing the road I should follow. This succeeded much better, it appeared to me, than if I had never departed either from my country or my books.

domingo, 12 de agosto de 2007

Santa Luzia

Tres putos ciganos entram num cafe e pedem: Um gelado de cinquenta e dois centimos por favor senhora. A Ola não tem nenhum gelado que custe essa importancia. Por cinquenta centimos pode comprar-se um cooky snack ou um mini milk. Um super maxi ja custara' sessenta. Das muitas moedas que haveriam de perfazer os cinquenta e dois centimos acima mencionados uma era uma moeda de um escudo. Os tres putos ciganos sairam do cafe com um mini milk uma moeda de um escudo e outra de um centimo. Tempos houveram em que não precisaria de consultoria para parar momentaneamente de ser estupido.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Rio da Morena

Costumo chorar antes adormecer.Comecou por ser uma brincadeira, uma forma de aumentar o conhecimento sobre mim na relacao com as coisas que de mim estando mais proximas de mim mais distantes se encontravam em termos do dominio que sobre elas conseguia exercer e com isto obter dividendos no ambito da verdadeira qualidade de vida. Mais tarde comecei a ter e a produzir motivos para chorar. Depois algures pelo caminho tive o meu momento "Fight Club". "Deixei-me ir. Perdido na obscuridade. Negro e silencioso e completo. Encontrei a liberdade. Perder toda a esperanca era a liberdade. Nem os bebes dormem assim tao bem." Passei a chorar por gosto. No outro dia comentaram comigo que ganhasse o Benfica o campeonato e a liga dos campeoes ano apos ano e eu deveria ser o tipo de individuo que e' feliz todas as epocas perguntaram-me porque é que não o era e ainda se não o queria ser. Ignorei a afirmacao e a primeira das questoes e em seguida retorqui: - Estou bem assim, obrigado. Para mim vai ser o bife a' brasileira e para beber uma imperial por favor.Gosto de acordar cedo pela manha e descer a Morais Soares ao som do Take Me To The River do Al Green e sentir... nada.
http://www.youtube.com/watch?v=2Tgm7v284JI

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Pleasant Street

A dada altura e por motivos ainda nao totalmente identificados Um Homem comecou a mentir a Si Proprio. A partir desse momento impreciso quase nada ficou como antes na vida dos tres. Na vida de Um Homem na da Mentira e na de Si Proprio. Com o passar do tempo o caudal de mentira aumentava de forma inexoravel. Um dia Si Proprio cansado de tentar e nao conseguir perceber o motivo pelo qual Um Homem o havia colocado em contacto tao directo com tao indesejada e mal afamada companhia e de este insistir em dar provimento aos pedidos sistematicos para mais e maior Mentira fartou-se e foi-se embora sem nada dizer a ninguem. Adivinhem que tomou o seu lugar. Talvez um dia se venha a saber se demorou muito ou pouco e com que consequencias mas a verdade e' que num dia antes desse Um Homem se apercebeu finalmente da ausencia de Si Proprio e reparou entao no obvio. Andara a mentir a' Mentira. Apesar da ironia inicial o ter feito sorrir a falta que Um Homem sentiu de Si Proprio fez-se sentir quase de imediato. A partir desse outro momento...

Em Busca do Tempo Perdido



Track A - Solo Dancer (Stop! Look! and Listen, Sinner Jim Whitney!

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Antes de Comecar

Acabo de ler por aqui algures que sou membro do blogger desde Fevereiro de 2007. Pus-me a pensar no dia que e' hoje e nos dias que foram antes e aos quais a minha idade pertence. Olhando primeiro para esses e tentado depois inconsequentemente visualizar os outros os que virao a seguir julgo que tenho a mesma sensacao que tera tido Almada. "Entrei numa livraria. Pus-me a contar os livros que há para ler e os anos que terei de vida. Não chegam, não duro nem para metade da livraria. Deve haver certamente outras maneira de se salvar uma pessoa, senão estarei perdido." A mesma sensacao hipoteticamente. O caso mais agravado certamente. Nao me salvarei pela leitura. Por força da inabilidade e a a menos que haja uma reedicao do que aconteceu com Robert Johnson e o Blues certamente que tambem nao me salvarei pela pintura. Por outros motivos a verdade e' que tambem nao tenho grande fe na escrita. O Almada dizia "Eu gosto de procurar sozinho para me encontrar com todos". Eu Americo Gaczynski hoje digo que ja nao tenho gosto nenhum nisto mas vou continuar a procurar por todas as formas de se salvar uma pessoa na esperanca de um dia me encontrar a sos com uma.